domingo, 30 de outubro de 2011

E depois do fogo, o murmúrio de uma brisa suave...

“Tudo que é definitivo nasce e amadurece no seio do silêncio: a vida, a morte, o além, a graça, o pecado. O palpitante sempre está latente.”
(Inácio Larrañaga)
        
         Há quem se incomode e se desconcerte com uma palavra simples, singela, límpida, que a princípio não traz nenhuma objeção, apesar de ser direta e possuir grande significado: Silêncio!
          Atualmente, chega até ser desafiante tratar desse assunto. Vivemos numa época onde não se cultiva mais a calmaria, o sossego, a tranqüilidade..., embora se encontre muitos que preservam esses valores, como por exemplo, aqueles que não trocam a serenidade do espaço rural pelo movimento urbano. Aqueles que sabem ponderar o tempo entre uma boa música e uma boa leitura. Mas nos dias de hoje, não é a maioria.
          E quando o assunto é Oração? Podemos perceber que silêncio e oração são duas palavras dependentemente ligadas.
          Trazendo para nós católicos, é triste afirmar que nem todos buscam no recolhimento, uma vida íntima com Cristo. Esquivamo-nos deste bem, deixando de experimentar as “maravilhas de Deus” através de puros afetos, onde elevamos a nossa alma até Ele. Mas como progredir na oração, se me perco todas às vezes que silencio? É claro que  sem o auxílio do Espírito Santo, jamais poderíamos dar passos, mas estes dependerão muito de nossos freqüentes esforços. Vale lembrar que o auxílio de um diretor espiritual é indispensável. Outro ponto marcante que nos deixa estacionados, são as distrações voluntárias e involuntárias. Essas exigem de nós, para que não nos prendamos em suas redes, princípios de mortificação. Para quem quer buscar uma vida de oração, não pode se entregar a pensamentos vãos, desnecessários, e se mesmo assim eles vierem, devem ser combatidos o mais rápido possível. “Eleva o pensamento, ao céu sobe. Por nada te angusties, nada te perturbe.” (Santa Teresa de Jesus).
          Há momentos únicos em nossa vida que não podem ser descartados. O profeta Elias encontrou a Deus numa leve brisa, depois de passar um furacão, um terremoto e ainda, chamas de fogo. Tantas são as situações que nos preocupam, impedindo-nos de adentrar em nós mesmos. Quanto mais essas situações nos inquietam, mais perto estamos de perder o controle e a paz.
         Vemos na Virgem Maria alguém que caminhou em terra firme. Ao contemplarmos sua vida escondida, podemos perceber em seu silêncio fecundo a serenidade que suas virtudes emanam em nossa vida: receptividade, plenitude, profundidade, simplicidade... Durante sua vida, soube silenciar mediante as situações, inclusive de dor e sofrimento.
         O que não pode faltar em nós é a alegria de recomeçar. Ir ao encontro de Deus! Momentos de reflexão, meditação, auto-exames, boas leituras, são essências para que busquemos tenazmente um ímpeto maior, que nos leve ao encontro Daquele que está dentro de nós.

Quer uma sugestão sobre oração? Há livros muito qualificados que podem te ajudar, sugiro aqui:
- Caminho de perfeição (Santa Teresa de Jesus)
- O silêncio de Maria (Inácio Larrañaga)


Ir. Leonardo do Coração de Jesus, FPSS

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